De tudo ao meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento.Quero vivê-lo em cada vão momentoE em seu louvor hei de espalhar meu cantoE rir meu riso e derramar meu prantoAo seu pesar ou seu contentamentoE assim, quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angústia de quem viveQuem sabe a solidão, fim de quem amaEu possa me dizer do amor (que tive):Que não seja imortal, posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure.Vinicius de Moraes
domingo, 30 de maio de 2010
Soneto de Fidelidade
sábado, 22 de maio de 2010
Nada é muito, quando é de mais.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
foi embora.
B: E por que?
A: Porque eu te amo!
B: Estou vendo o tanto, se amasse não teria feito isso.
A: ... Ontem quando fui no seu quarto te procurar, e o encontrei vazio...chorei.
B: Por que chorou?
A: Me arrependi.
B: Não posso fazer nada.
A: Por que está sendo tão fria?
B: Pelo mesmo motivo que você chorou.
A: Se arrepende de algo?
B: Sim...
A: Posso saber de que?
B: Por ter me apaixonado por alguém como você.
A: Eu posso mudar.
B: Creio que não.
A: Por que não me dá uma segunda chance?
B: Não acredito que as pessoas possam mudar.
A: Por você posso fazer tudo.
B: Duvido que possa fechar as feridas que abriu.
A: Posso tentar.
B: Melhor não.
A: Por que não?
B: Você quer mesmo saber?
A: Preciso de um motivo.
B: Não é não.
A: Pense bem.
B: Eu já pensei.
A: Tem certeza?
B: Mais impossível.
A: Por que está chorando?
B: Porque eu te amo!
A: Então porque não me dá uma chance?
B: Porque sei que não devo.
A: Sei que quer.
B: Pois não quero.
A: Te ver chorar só me faz sofrer mais, me sentir um covarde.
B: Pelo menos você reconhece o que é. (gritos nervosos)
A: Tenha calma. (choro)
B: Por que está chorando?
A: Porque sinto sua falta, e não consigo te ver assim.
B: Eu quero acreditar em você, mas não devo.
A: E por que não? (sussurrando, chorando, mexendo no cabelo dela.)
B: Porque eu não aguento mais sofrer por você.
A: Me desculpa.
B: Seque suas lágrimas, e feche os seus olhos. (voz tremula)
A: Para que?
B: Não importa, só faça o que digo.
A: Tudo bem...
B: Eu te amo, sinto muito sua falta, mas devo ir... (sussurrando, chorando, beija ele)
A: Não... espere (grita, deixa cair uma lágrima)
B: Eu não posso mais esperar por você! (chorando, se vira e vai embora)
terça-feira, 11 de maio de 2010
Ser forte, não é colecionar vitórias, mas não se sentir fracassado, ante o que pareça derrota.
A força verdadeira não se dimensiona pelo impacto demolidor dos punhos, mas pela ternura construtora das mãos que acariciam e dos dedos que confortam.
Ser forte, não é ter a arrogância de não chorar, mas ter a coragem de parar o próprio pranto a fim de consolar as lágrimas de quem mais está sofrendo.
Ser forte, não é caminhar impávido com a coroa de louros à fronte, mas é cair coroado de espinhos e fazer tudo para levantar-se e para ajudar a que o irmão se levante.
Ser forte, não é não perceber a escuridão que ficou atrás da última lâmpada que se apagou quando se teve de sair do sonho, mas é a bravura de acender nova chama,de ligar de novo a luz, de abrir a janela da alma para sentir outra vez a claridade da manhã.
Ser forte, não é ser insensível, mas sentir, compreender aquilo que não tem palavras para completamente traduzir e interpretar.
Muitas vezes se exige mais força para proteger a pétala do que para derrubar a árvore imensa.
Bendita seja a força do ombro amigo que ampara a cabeça cansada, dos braços que se enlaçam para enfrentar a fúria dos acontecimentos e o uivar do furacão, do coração que reanima no momento difícil, do pensamento que não se entrega, da alma que não para de lutar.
Ser forte é oferecer a própria fraqueza para somar-se a fraqueza de quem se feriu e, juntas,as duas debilidades se farão uma verdadeira e brava força que nada e ninguém conseguirá dobrar.
Ser forte, é mesmo quando com medo, procurar transmitir coragem; é,mesmo na dúvida, transmitir a verdadeira fé; é fechar a porta ao pesadelo e abrir o ser por inteiro ao sonho maior que se chama esperança.
Ser forte, é às vezes, sair catando os pedaços do corpo pisado e da alma marcada, e juntá-los todos, com bravura e carinho, para ficar de novo de pé, com o rosto molhado pela chuva que cai e beijado pelo vento suave que passa.
Ser forte
é ser gente
e ser gente
é ser forte…
créditos: Fabio Centenaro